terça-feira, 23 de novembro de 2010

QUEM ME DERA SER UM PEIXE

O Fagner que me desculpe, ser um peixe, ok, mas, bancar um não foi a melhor experiência para mim.

Compramos um passeio com mergulho em Arraial do Cabo (RJ) e foi em meados de Outubro que o tão esperado momento chegou. Não sou conhecida como aquela que adora esportes radicais, mas como já tinha feito snorkel e achei fantástico, pensei que não fosse ter nenhum tipo de problema usual em minha pessoa quando me arrisco a essas aventuras, como ver bolas, tremer e até chorar (sintam-se livres para imaginar as cenas mais ridículas!).

Pois bem, entramos no barco e ouvimos atenciosamente a todas as instruções de uso dos equipamentos e sinais como: Quero subir, estou bem, meu ouvido está doendo, meu ouvido está doendo muito! Mar a dentro, estipulamos a ordem de mergulho dos 4 casais presentes, sendo que cada membro mergulharia acompanhado de um instrutor. Enquanto não chegava a sua vez, você poderia cair na água com o snorkel. Preferi me guardar para a atração principal. Pierre viu uma tartaruga linda! Será que vou ver na minha vez?

O primeiro casal pulou na água e logo o homem voltou porque teve um ataque de asma. A menina do segundo casal quase morreu de tanto enjoar no barco! Opa, agora é a vez de Pierre e Karine, nossos companheiros de aventura. O Pierre gostou, viu mais uma tartaruga, mas ficou muito incomodado com a roupa, que estava muito apertada e realmente, acho que estava pequena para ele. Karine não ficou nem 15 minutos de baixo d’água, porque entrou água na mascara dela e a pressão do ouvido foi tão grande que a fez desistir do passeio.

Aí vai Rodrigo e minha perna já começa a tremer porque sou eu na sequência. Vamos lá mergulhadora, pronta? Disse o instrutor para mim. Roupa ok, pé de pato ok, máscara ok e pode colocar o cilíndro. Afemaria! Quantos quilos pesa esse cilindro? Não consigo parar em pé! (ainda mais com a perna bamba, pensei). Na água fica leve! Pode ir, não tem perigo! De pé na beiradinha do barco, pronta para pular, começo a semi-ver bolas e como o próximo passo é desmaiar, volto e sento de novo.

Aquela pressão, todo mundo falando, Rodrigo no mar, meu peito sufocado por aquela roupa apertada, aquele cilindro pesado nas minhas costas e uma imensa falta de ar com o tudo já na boca, que lógico, é feito para funcionar na água e não sentada dentro do barco.

Pulei!

Logo o frio passou, porque a água gelada que entra por dentro da roupa, rapidamente esquenta com o calor do corpo e acaba servindo como uma camada isolante. Mesmo assim, ainda dava pra fingir que eu estava tremendo era de frio, e não de medo, imagine! Começamos a descer e a pressão no ouvido vai aumentando mas o truque de prender o nariz funcionou. O medo foi passando e fui ficando maravilhada com o que via. Cardumes de peixes miudinhos, transparentes, iluminados, coloridos, corais e esponjas, que até então só tinha visto nos livros de biologia. Até o Nemo eu vi, toquei numa estrela magrelinha e persegui um peixinho que não me deixava chegar perto, ele falava "baleiez" e não entendia os meus sinais. Estava ansiosa mesmo, era para ver a tartaruga!

As vezes deixava o corpo relaxado e conseguia até ouvir o som que o fundo do mar ecoa. Mas logo voltava o medo de sufocar, do ouvido explodir, da máscara encher d’água, até medo de o meu instrutor se afogar e eu não saber o que fazer eu passei, é mole? Qual era a chance disso acontecer?

Foi um misto de maravilha e aflição. Recomendo para todas as pessoas normais, pessoas que não tem medo de subir em camelo (tema para um outro post) e que não choram em montanha russa. Mas confesso que eu não soube aproveitar e me deixei levar pela sensação ruim de nunca mais voltar ao barco. Quando eu tiver uma terapeuta, vou ler este texto para ela.

E foi assim que a tartaruga, que todo mundo viu, se escondeu de mim. Voltei para a terra sem ver a cascuda.


3 comentários:

  1. Teste ok!! Bem vinda!! Estou carente de comentários! Bjs

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  2. Carol, adorei o post! Sabe que sou medrosa também... Nunca mergulhei, mas mesmo com o snorkel em Ilha Grande fiquei com medo. E o Manoel ama e adora aventuras, então eu meio que me sinto, ok, tenho que tentar, e não sou medrosa com água sabe, mas vi que não tenho tantas abilidades e fiquei com medo de perder o ar e de afogar, hahaha! Mas vou falar outra coisa, subi no camelo na boa e achei ótima a experiência! Depois conta essa!
    Beijos!

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