sábado, 6 de novembro de 2010

SANTORINI, UM CONTO DE AMOR


“Como criança, uma dia antes de começar as aulas, não quero dormir. Amanhã vamos seguir viagem. Pra quê conhecer outros lugares? Não deve haver nada no mundo mais lindo que isso aqui! Tento me concentrar na leitura, mas esta noite, o barulho do mar, que nos ninava, não está sozinho. Em algum lugar desta ilha, está acontecendo uma festa. As risadarias, uma música bem lá no fundo, o tilintar dos talheres nos pratos, ecoam por entre os penhascos apinhados de casinhas brancas. Se eu queria estar lá? Meu coração bate forte, ansioso, mas ao mesmo tempo convicto de que eu não trocaria estar deitada ao lado do meu amado (que agora dorme) por nada neste mundo.”

Escrevi isto um dia antes de deixar Santorini. Só de falar sinto uma dor, bem na boca do estômago. Esta semana, estava procurando imagens de quadros para um apartamento e o tema era MAR. Na mesma hora recorri às fotos da viagem à Grécia. E pronto, lá vem o murro na boca do estômago outra vez.

Santorini já tem mais de 3 mil anos, mas seu potencial turístico começou há apenas 30, quando teve que ser totalmente reconstruída depois que um terremoto destruiu a ilha por completo.

Paredes irregulares, cantos arredondados, escadarias estreitas, piscinas feitas direto na alvenaria e um montueiro de casinhas caiadas. Seriam um crime à arquitetura se o lugar em questão não fosse Santorini. Um paraíso de tirar o fôlego, se é que sobra algum depois de subir e descer tantas escadas. Durante o dia, as abóbodas azuis se confundem com o céu e com o mar, e o branco das casas só é interrompido, pelo rosa das Primaveras, que a esta época do ano tomam conta da ilha. O Sol se pondo no mar Egeu, dá seu verdadeiro espetáculo e recebe aplausos, merecidos, das pessoas que se juntam em mirantes para assistir seu tombo na água. Quando a noite chega, um outro cenário, mais romântico, invade as ruas estreitas de pedra, repletas de cafés e restaurantes. Há lamparinas por toda parte e as piscinas iluminadas, parecem verdadeiros holofotes. E a música, então? Ah... como são alegres os nativos.

Falar grego pode não ser tão difícil se você associa a alguma palavra conhecida. Por exemplo: Bom Dia – KALIMÉRA, lembra muito “aquela merda”! Que quando se fala rápido, passa batido e de imediato você receberá um sorriso como resposta. Depois aprendemos a falar Bom Apetite e A Nós, que seria o brinde mais feito na ocasião, com um vinho branco e seco feito com as uvas cultivadas em solo vulcânico. Por favor e Obrigado, só fomos aprender na próxima ilha, onde fizemos amizade com um casal de gregos com uma história de amor parecida com a nossa, só que com muito mais glamour, já que ela morava em Londres e ele em Athenas. E foi assim que já coloquei que falo Grego no meu Currículo. 4 ou 5 palavrinhas já é mais que suficiente, quero ver achar alguém que saiba mais!

Guardo visões inesquecíveis, e uma que ficou marcada, foi uma senhorinha, que, pediu uma salada num restaurante, usando como pretexto para se aproveitar da sombra. Ela desenhava. E de repente, logo se fez o esboço daquela paisagem maravilhosa naquele papel, que estava pronto para receber qualquer coisa. Tive vontade de fazer o mesmo, de pedir uma folha de seu bloco, um lápis, uma borracha. Não me atrevi, me limitei a escrever um pouquinho, pra ver se de algum jeito eu conseguia eternizar aquele momento mágico.








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